quinta-feira, 18 de outubro de 2012

ALÉM DAS DISCIPLINAS



         Uma nova perspectiva de ensino não pode ser desvinculada de uma Nova Escola. O projeto de outro modelo escolar exige esforços de diferentes frentes, desde questões que demandam romper com a ordem política estabelecida, como promover o resgate e a formação de equipes de trabalho, que possam estruturar uma dimensão didático-metodológica que apresente alternativas para o vazio existente na fragmentação e falta de contextualização dos currículos. Para uma reflexão apropriada sobre as relações com o saber, se requer inicialmente apropriar-se criticamente da realidade social complexa e contraditória. Para estas relações torna-se necessário outro pensar, superando a linearidade do currículo, enfim na etapa da interdisciplinaridade ou uma síntese de uma ou mais disciplinas e transdisciplinaridade que é o reconhecimento da interdependência de todos os aspectos da realidade.

                                                                            Para ser grande
                                                                            Nada teu exagera ou exclui
                                                                           Sê todas as coisas
                                                                          Pôe quanto és no mínimo que fazes
                                                                            Assim em cada lago a lua toda brilha
                                                                             Porque alta vive.
 
                                                                                                                        Fernando Pessoa

domingo, 1 de julho de 2012

CURRÍCULO E A CULTURA ESCOLAR


A escola é um espaço de conquistas sociais, que pode aumentar os potenciais humanos dando às pessoas condições de intervir na formação de sua própria subjetividade e a exercer o poder de transformar a realidade.
          O currículo é um território de produção e consolidação de significados; Henry Giroux vê a pedagogia e o currículo através da noção de “política cultural”. O currículo envolve a construção de significados e valores culturais. É lá verdadeiramente que se criam significados sociais. Significados que segundo SILVA, 2011 não estão no nível da consciência individual ou pessoal. Eles estão associados à relação de poder e desigualdades. Há pouca diferença entre a pedagogia e o campo da cultura. O que está em jogo é a política cultural. Esta muitas vezes não está explícita, por isso nem sempre é percebida pela maioria dos envolvidos. Trata-se do conhecido currículo oculto, que permeia os planos, os valores transmitidos subliminarmente nas mínimas relações de rotina, no modo de organizar os alunos e os regimentos internos.
           Precisamos avançar para o ponto de garantir igualdade e justiça, respeito à diversidade, direitos sociais e culturais para todos. Como estamos falando de currículo escolar, a escola, o currículo e a docência precisam repensar os processos que impedem a garantia destes direitos.
O papel do educador nesta reflexão do currículo, tanto o formalmente planejado como o currículo oculto é muito importante. Pensar no currículo hoje, na escola é pensar em novas concepções de aprendizagem, uma nova formulação de escola que contemple a diversidade de aprendizagem com todos os recursos que a favoreçam.


Referência Bibliográfica
Candau, V.M. e Moreira, A.F.B. Currículo,conhecimento e cultura In: BRASIL. Ministério da Educação Básica. Indagações sobre o Currículo, conhecimento e cultura. Brasília,2007.
 SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade; uma introdução á teoria do currículo. Belo horizonte: Autêntica,2011.
 PPT apresentado na aula do dia   01-06-2012
 


                    
                         Referências:
                         SILVA, Tomaz Tadeu . Documentos de Identidade
                         uma introdução as teorias do Currículo-Belo Horizonte:
                         Autêntica, 2011, p.51-56.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

CAMPOS CULTURAIS DO CURRÍCULO

                        SEGUNDO TOMAZ TADEU DA SILVA

          O campo dos estudos culturais do currículo ampliou-se para ganhar força e uma enorme influência na teorização social contemporânea. Eles se subdividem de acordo com uma série variada de perspectivas teóricas, (algumas marxistas outras pós-estruturalistas)  e de influências disciplinares.

        A cultura é um campo de produção de significados onde se define não apenas a forma que o mundo deve ter, mas também as formas como as pessoas e os grupos devem ser. Com as teorias críticas aprendemos que o currículo é um jogo de poder. O currículo reproduz culturalmente as estruturas sociais. Ele transmite a ideologia dominante. Não deixa espaço para a mediação e a ação humana.

      Para as teorias pós-criticas, o poder não tem mais um único centro, ele está espalhado por toda a rede social, por exemplo, inclui processos de dominação centrados na raça, etnia, no gênero e na sexualidade. Em resumo, depois das teorias críticas e pós-criticas, não podemos mais  olhar para o currículo com a mesma inocência de antes. Ele tem significados que vão além daqueles aos quais as teorias nos confirmam.

         O currículo é um percurso, é um território é um documento de identidade como nos afirma (TOMAS TADEU DA SILVA, 2011. p.149); Tanto a escola como a cultura em geral estão envolvidas em processos de transformação dos sujeitos. Revoluções nos sistemas de informação e comunicação, como a internet, por exemplo, tornam cada vez mais difíceis a separação entre o conhecimento da cultura de massa e aquele que se produz na escola.


Referências:                       
SILVA, Tomaz Tadeu . Documentos de Identidade  uma introdução às teorias do Currículo 
Belo Horizonte:  Autêntica, 2011, p.51-56

domingo, 27 de maio de 2012

AGENTES CURRICULARES



 A dinâmica geral até, há pouco tempo atrás de formação e de escolha dos conceitos fundamentais, acontecia quando, o Estado nacional definia os conteúdos curriculares básicos do ensino público, que depois seriam trabalhados pelos professores nas salas de aula. Desta maneira, ambos, governo e escola, se convertem em agentes curriculares. Mais complicado ainda é o papel das famílias, a quem se dá pouca ou nenhuma oportunidade de escolha de conteúdos, exceto as aulas de religião. E os alunos que, submissos, alheios acolhem os conteúdos, tentam desenvolver suas habilidades sem, contudo compreender e questionar a escolha deste ou daquele componente curricular.
Todos gostam de sentir que existe algum significado interno e profundo nas suas escolhas. Ao mesmo tempo cresce um questionamento maior sobre os sentidos de nossas escolhas. Com as políticas de implantação da Educação integral, expandiu-se a nível estadual e municipal, o debate por novos referenciais teóricos e metodológicos, resgatando-se elementos históricos e conceituais. Com isto a (re) significação de vários sujeitos (alguns estão na memória) e de outros cujas vozes ecoam dentro das escolas.

POLÍTICAS CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INTEGRAL

Situar a Educação Integral dentro das políticas curriculares para a Educação Básica no Brasil, não é uma tarefa simples, requer uma visão geral dos movimentos que estão acontecendo com as diretrizes da educação. Já se avançou na meta de ampliar o acesso a educação, o desafio é garantir a permanência do sujeito e a qualidade do processo de aprendizagem. Uma aprendizagem de qualidade que permita ao aluno autonomia na busca do conhecimento, habilidade para entender e resolver os problemas que estão postos ao seu redor. Conferindo significado e sentido naquilo que estão aprendendo. Um viver digno assegurado pelo respeito aos seus direitos e deveres. Seria a educação de sentido literalmente Integral, com a possibilidade de um passo a mais no caminho da plenitude e realização humana.
As políticas públicas devem propor uma ampliação de olhares e de medidas inovadoras que contemplem a diversidade cultural em um currículo que dialogue com os saberes e praticas local. Neste sentido, as novas diretrizes ao visarem melhoria de qualidade de ensino devem propor vencer o analfabetismo, entender a escola como uma rede sistêmica de aprendizagem onde a gestão deve ser democrática e em regime de colaboração. Além de uma resignificação de tempos e espaços a escola precisa pensar em uma proposta de currículo afinada com as concepções de uma educação inclusiva.
Sabemos que a educação sozinha não pode assumir a solução dos problemas sociais. Problemas que são do campo da distribuição de renda, de emprego, habitação, saúde. Assim políticas públicas integradoras de diferentes instâncias da sociedade, organizadas em programas sociais que formarão redes e conexões de tempo integral, poderão criar bases para uma sociedade mais emancipada, justa e solidária

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O SONHO DE TODO O EDUCADOR

            Estudar Educação Integral, neste momento é voltar ao sonho antigo, é delinear uma nova proposta que além  de preocupar-se com tempo, imagina um modelo diferenciado de educação, que contribua para a formação do homem como um ser integral, considerado nas dimensões físicas, mentais e espirituais. Uma educação pública, pensada desta forma nos remete a utopias, a muros que precisam ser derrubados para que novos conceitos venham a ocupar os espaços escolares.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

UM OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO

Com uma proposta de reflexão sobre a educação que temos e aquela que queremos e, em um movimento de busca por um desenvolvimento humano que tenha o cuidado com o ser de uma forma integral, ativa e amorosa. Numa educação que emancipe o ser e que venha a qualificá-lo, é que venho fundamentar este blog. Espero que ele contribua com a reflexão da transformação progressiva da escola. Para que as crianças, jovens e os trabalhadores da educação possam experimentar e sentir no cotidiano a ótica do desenvolvimento sustentável, ou seja, que a escola pense o homem em espaços de vivências reais de eco consumo, utilização racional dos materiais e dos recursos naturais e de relações humanas mais justas e afetivas.